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A cidade de São Francisco do Sul celebra nesta terça-feira, 15, seus 178 anos de elevação à categoria de cidade, reforçando seu papel como um dos principais marcos históricos e culturais de Santa Catarina. Localizada na Baía Babitonga, a cidade carrega uma trajetória que remonta aos primeiros mapas do século XVI e se entrelaça com a própria formação do território catarinense.
De acordo com a historiadora Andréa de Oliveira, servidora pública e responsável pelo Programa de Educação Patrimonial na Secretaria de Educação do município, os registros mais antigos sobre a região datam de 1500. “O mapa de Visconde de Maiollo, de 1515, já mostrava a entrada da barra e a Baía abrigada. Diogo Ribeiro, em 1529, assinala o local como Rio São Francisco”, explica.
O nome atual teria surgido possivelmente por influência do navegador Juan Díaz de Solís, que passou pela região em 1515. No entanto, a efetiva colonização só ocorreu em 1658, com portugueses vindos de São Vicente, no litoral paulista. O povoado foi reconhecido oficialmente em 1660, tornando-se Vila Nossa Senhora da Graça do Rio São Francisco cinco anos depois.
Com o tempo, São Francisco do Sul consolidou-se como ponto estratégico. “A economia no início estava ligada à produção de cordoaria, açúcar, farinha e cachaça, até que a atividade portuária assumiu papel central, especialmente a partir do século XIX”, destaca Andréa.
Em 1955, foi inaugurado o porto público da cidade, com 550 metros de cais e dois armazéns. Desde então, a região passou por grandes transformações — como a instalação de terminais privados, o avanço da industrialização e a formação do complexo portuário da Babitonga, que hoje engloba também os portos de Itapoá e o TESC.
A fala do presidente Getúlio Vargas durante visita oficial à cidade, em 1940, já indicava a importância estratégica do município. “Para que São Francisco possa constituir um fator preponderante no desenvolvimento econômico nacional, mistér se torna construir alguns metros de cais e dragar a entrada da barra”, declarou, prevendo o papel logístico que o local teria nas décadas seguintes.
Atualmente, além das demandas relacionadas à modernização portuária, o município enfrenta desafios que dialogam com seu crescimento: duplicação da BR-280, integração viária com outras cidades litorâneas e preservação ambiental, como a proposta de criação de uma unidade de conservação no Sumidouro, no norte da Ilha.
Para a historiadora, São Francisco do Sul é mais do que um marco geográfico. “Nunca foi o ponto final da linha e sim o início de Santa Catarina. Seu centro histórico tombado é permeado de simbologias e significados. Ruas estreitas, janelas que espiam histórias… uma paisagem cultural distinta, um caleidoscópio que nos mostra o mapa onde estamos alicerçados”, conclui.
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