Projeto oferece oficinas de tingimento natural e pintura em tecido para mulheres indígenas de Araquari

Foto: Acervo Instituto Muhda.

O Projeto Cores da Terra, iniciativa do Instituto Muhda, em parceria com o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra de Santa Catarina (MST/SC), realizará oficinas de tingimento natural e pintura em tecido para mulheres de comunidades indígenas do norte de Santa Catarina.

As oficinas, fechadas ao público, acontecerão nos dias 15/04, 29/04, 20/05 e 03/06, no Espaço Terapêutico Flor de Hibisco, local de confluência de terapias complementares e práticas integrativas, localizado no assentamento agroecológico Justino Draszevski, do MST/SC, em Araquari.

Além das oficinas, serão ainda oferecidos dois produtos culturais: um evento de exposição dos trabalhos realizados pelas participantes e um minidocumentário registrando toda a experiência vivida. A exposição das peças, cuja comercialização é definida pelas mulheres participantes, acontecerá no dia 4 de junho de 2023, em Florianópolis (SC), em local a confirmar.

O minidocumentário sobre o Projeto Cores da Terra será lançado no dia 30 de junho, por meio online e gratuito, com interpretação em libras. A divulgação será feita nas redes sociais do Instituto Muhda.

O projeto cultural foi selecionado pelo Prêmio Elisabete Anderle de Apoio à Cultura – Edição 2022, e é executado com recursos do Governo do Estado de Santa Catarina, por meio da Fundação Catarinense da Cultura (FCC), por meio do Processo FCC 2920/2022.

Projeto Cores da Terra

O projeto Cores da Terra nasceu no dia 26 de junho de 2022, quando a artista plástica Anna Viana, cofundadora do Instituto Muhda, ministrou uma oficina de pintura com pigmentos naturais na aldeia Tarumã Mirim.

O convite veio das organizadoras do evento: a liderança assentada do MST, Neiva Vieira, responsável pelo espaço terapêutico Flor de Hibisco (local de realização do Projeto Cores da Terra) e Pollyanna Moreira, médica indigenista da família e da comunidade, que atua pelo SUS na preservação da saúde e do bem-viver dos povos indígenas Guarani Mbyá aldeados nos territórios litorâneos no norte catarinense.

Nas atividades artísticas que envolveram os dias de confluência na aldeia, foi mencionado que as gerações mais jovens têm confeccionado o tradicional artesanato com anilina e outras tinturas artificiais. Em conversas com lideranças indígenas locais, Neiva, Pollyanna e Anna ouviram o interesse das comunidades (e dos respectivos caciques) em relação a oficinas de pintura e tingimento natural.

O objetivo das oficinas do Cores da Terra é promover as condições e o ambiente para que aconteça a troca de saberes entre oficineiras e as mulheres participantes. A produção artística das oficinas possui caráter coletivo e plural, orientada a partir de um diálogo que valorize os conhecimentos ancestrais transmitidos pelo povo Guarani Mbyá.

Dos eventos, participarão mulheres representantes de pelo menos 5 das 12 aldeias do norte catarinense pertencentes à etnia Guarani, subgrupo Mbyá. As oficinas são destinadas a 22 mulheres artesãs, na faixa dos 20 aos 40 anos, sendo que as vagas remanescentes serão abertas a outros grupos e etnias indígenas, bem como a mulheres campesinas residentes em Araquari (SC).

A ideia é que as participantes possam atuar como multiplicadoras de conhecimentos e técnicas de tingimento natural e de pintura em tecido nas comunidades onde residem. Assim, a intenção é apoiar e dar visibilidade à causa indígena da região, estimular a prática do artesanato e reconhecer sua importância para a geração de renda da população indígena local.

Por isso, outra possibilidade, conforme o interesse das artesãs, é a posterior comercialização das peças produzidas nas oficinas. Os itens poderão ser vendidos durante o evento de exposição, cujo local de realização será definido pelo Instituto Muhda.

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A diferença entre a literatura e o jornalismo é que o jornalismo é ilegível e a literatura não é lida… Oscar Wilde

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