Projeto Diamantes de Dálida realiza leilão em prol de crianças de Moçambique

Interessados em adquirir obra de artista africano podem dar lances entre os dias6 e 23 de dezembro na Casa 97; valor será destinado à alimentação de 700 crianças da aldeia de Namacata
Foto: Divulgação.

Duas refeições por semana, apenas. É com um prato de arroz e feijão aos sábados e papa de farinha branca adoçada, servida às quartas-feiras, que 700 crianças da aldeia de Namacata, na região da Zambésia, em Moçambique, sobrevivem. A situação só não é pior porque em Joinville, a mais de 8,5 mil quilômetros de distância, 15 voluntárias se uniram para enviar recursos e alimentar a esperança por dias melhores.

Inspiradas pela missionária brasileira Dálida Ruiz – que atualmente vive na África –, as joinvilenses criaram a Associação Diamantes de Dálida. Desde maio, em encontros semanais, elas confeccionam artesanato e, com o dinheiro das vendas, custeiam as duas refeições semanais. A meta é oferecer, o mais rapidamente possível, uma refeição diáriana aldeia.

Além da produção de bonecas, chaveiros, marca-páginas e de outros artigos que remetem à cultura africana, o grupo vai realizar neste mês um leilão beneficente e a venda de batiques originais – obras feitas por artesãos de Moçambique e compradas pela associação joinvilense.

Os batiques são pinturas que retratam os animais da savana africana e o cotidiano das comunidades da região. A obra a ser leiloada ficará disponível na Casa 97 a partir do dia 6 de dezembro. Os lances poderão ser ofertados até 23 de dezembro.

Para participar do leilão ou adquirir uma das pinturas em exposição, basta visitar o local (rua Arco-íris, 97, bairro Iririú) nos dias e horários de funcionamento do restaurante e registrar o lance. A Associação Diamantes de Dálida entrará em contato com o vencedor no dia 24/12.

Árvore de Esperança

Além dos batiques, quem quiser colaborar com a causa pode adquirir bonecas de capulana (tecido tipicamente africano) e outros itens da grife Diamantes de Dálida que serão usados na decoração da árvore de Natal da Casa 97, montada pela designer de interiores Ariane Godoy, da Amor de Casa Decor.

Todo o valor arrecadado no projeto “Árvore de Esperança: Alimentando Sonhos em Namacata” será destinado à compra de alimentos para as crianças e nas ações de auxílio prestadas às famílias que vivem no entorno da aldeia africana.

De acordo com Amarilda Nass, vice-presidente da associação, a cada boneca vendida o grupo consegue alimentar quatro crianças com um prato de arroz e feijão. “Toda ajuda ébem-vinda porque a fome não espera. A fome dói e temos pressa em garantir que mais recursos cheguem à aldeia.”

Dedicação e generosidade

As voluntárias do projeto Diamantes de Dálida se encontram uma vez por semana, mas o trabalho vai muito além disso. Depois de se reunir, traçar estratégias e dividir tarefas, elas levam moldes, tecidos, tesouras, agulhas, tintas e pincéis para casa, onde dedicam mais tempo à produção de bonecas, chaveiros, marcadores de página, panos de prato, canetas e lápis estilizados.

Os itens são comercializados em feiras de artesanato, no Closet da Betinha Brechó (rua Lages, 598, sala 4, fundos) ou pelo Instagram @diamantes_de_dalida.

Exemplo que inspira

O projeto joinvilense nasceu quando um grupo de amigas conheceu a missionáriaDálida Ruiz e soube das dificuldades enfrentadas em Quelimane, região africana duramente atingida por um ciclone em março deste ano. 

O fenômeno climático destruiu plantações e desabrigou famílias que já viviam em situação de vulnerabilidade extrema. Dispostas a ajudar a missionária, as voluntáriascolocaram a mão na massa e, atualmente, enviam recursos para alimentar, com duas refeições semanais, cerca de 700 crianças – a maioria órfã.

A presidente da Associação Diamantes de Dálida, Silvana Quézia, considera inadmissível que situações como essa ainda existam no mundo. “Sei que há uma longa jornada até que nossos ‘diamantes’ tenham pelo menos uma refeição diária, mas o projeto está crescendo e, além de alimentação digna e amor, queremos oferecer também melhores condições de higiene e saúde”, diz a voluntária.

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Folha Metropolitana

A diferença entre a literatura e o jornalismo é que o jornalismo é ilegível e a literatura não é lida… Oscar Wilde

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