Parlamentares discutem violência política contra vereadoras em sessão na Alesc

Foto: Rodolfo Espínola/Agência AL

A construção de uma alternativa para zerar as filas das cirurgias eletivas, exames e consultas, assim como a violência política que viceja no país e, em especial, em Santa Catarina marcaram a sessão ordinária de quarta-feira, 8, da Assembleia Legislativa.

“Extraordinário o anúncio de ontem do governador de que vai zerar as filas de cirurgias de média e alta complexidade, é uma luta antiga e o governo, em conjunto com a iniciativa privada, praticamente em um mês conseguiu construir alternativas”, elogiou Massocco (PL), acrescentando que serão alocados R$ 225 mi para o programa.

Carlos Humberto (PL), Neodi Saretta (PT) e Oscar Gutz (PL) também destacaram a união de esforços para zerar as filas na saúde.

“A medida foi construída para além do governo, a Assembleia será partícipe, aportando R$ 12 mi, mas também a bancada federal, o Poder Judiciário, o Ministério Público e o Tribunal de Contas, todos irmanados para que Santa Catarina se livre desse número vergonhoso”, completou Carlos Humberto, informando em seguida que no final de 2022 havia 105 pessoas mil esperando uma cirurgia eletiva e 107 mil aguardando exames e consultas.

“Tivemos na segunda-feira duas ações fundamentais que nos mostraram luz no fim do túnel, uma no âmbito federal e a outra estadual: R$ 600 mi inicialmente para ajudar os estados, sendo que parte dos recursos virão imediatamente, inclusive para Santa Catarina; e o segundo ato foi o governo do Estado lançando um programa que deve envolver cerca de R$ 200 mi”, informou Saretta.

O deputado, que na legislatura passada presidiu a Comissão de Saúde, comemorou a inclusão no Orçamento para 2023 de emenda de sua autoria no valor de R$ 50 mi para as cirurgias eletivas.

“Chega das pessoas sofrerem tanto com saúde, mas peço que o programa seja descentralizado, que os hospitais que tenham capacidade e profissionais participem, que seja feito nos hospitais pequenos também”, ponderou Gutz.

Já a deputada Luciane Carminatti (PT) denunciou a violência política em Santa Catarina com ameaças de morte, racismo e lesbofobia contra quatro vereadoras: Maria Tereza Capra, de São Miguel do Oeste; Ana Lúcia Martins, de Joinville; Giovana Mondardo, de Criciúma; e Carla Ayres, de Florianópolis.

De acordo com Carminatti, as vereadoras receberam e-mails com frases ameaçadoras como “a vitória final virá e iremos matar você” e “seus dias e os da sua família estão contados”.

“Essas frases foram lançadas em Santa Catarina, onde a gente vive, foram lançadas contra quatro mulheres parlamentares, vereadores de partidos progressistas. As autoridades estão investigando o caso e analisando medidas que garantam proteção às mulheres vereadoras. Não podemos permitir ou normalizar a violência política. São e serão vigorosamente combatidas”, avisou Carminatti.

Ana Campagnolo (PL) rebateu a colega, defendeu a cassação da vereadora de São Miguel do Oeste, já consumada, e lembrou do caso de um vereador que questionou Carminatti durante uma palestra e que foi escorraçado por colegas de todo estado.

“A vereadora cassada foi condenada a seis anos de detenção, o Ministério Público (MPSC) mandou uma correspondência no dia 11 de janeiro deste ano cobrando a Câmara de Vereadores. Ela foi secretária da Cultura e cinco shows artísticos foram denunciados pelo MPSC. O Tribunal de Justiça condenou a vereadora por envolvimento em fraude licitatória em quatro desses shows”, revelou Campagnolo, justificando assim a cassação da vereadora.

Por outro lado, Marquito (PSOL) se solidarizou com as vereadoras ameaçadas.

“Nossa solidariedade às quatro vereadoras que vêm sofrendo ataques de forma sistemática e orquestrada. Independente de qualquer situação, todo e qualquer parlamentar tem direito a posições divergentes. Não podemos ser injuriados e ameaçados, não podemos permitir que parlamentares sofram, independente do histórico, não podemos permitir injúria e ameaças, inclusive ameaçando a família”.

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A diferença entre a literatura e o jornalismo é que o jornalismo é ilegível e a literatura não é lida… Oscar Wilde

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