A pergunta provocativa que está no centro da dramaturgia do novo espetáculo do Grupo de Teatro Louco é Pouco, que tem direção do ator e professor de teatro Robson Benta, surge da constatação de que o comportamento normativo da sociedade contemporânea define as capacidades de uma pessoa a partir de suas características.
Cor de pele, raça, gênero, classe social, características físicas, laudos médicos, diagnósticos, padrões de beleza e inteligência estão entre as características que são pano de fundo para as cenas e histórias que o grupo coloca em cena, com leveza e boas doses de improviso.
No palco, 11 atores encenam o cotidiano e compartilham informações sobre suas características de personalidade, habilidades, desejos e memórias. Nas entrelinhas, a plateia é provocada a ampliar o seu olhar sobre as outras pessoas. “Para onde eu olho quando encontro outra pessoa? O que penso sobre o que vejo? O que eu mostro para os outros do que eu sou? Precisamos lembrar sempre que dentro de cada corpo tem uma pessoa, diferente da gente, mas igual a gente; cheias de histórias!” argumenta Robson Benta, ator, professor e diretor do Grupo de Teatro Louco é Pouco.
O espetáculo também oferece ao público uma experiência em acessibilidade cultural, com a intérprete de Libras, Núbia Amorim, no palco, participando das cenas; e audiodescrição feita com locução ao vivo, integrada ao texto da dramaturgia, possibilitando que todas as pessoas da plateia possam vivenciar os recursos que tornam a arte teatral acessível para pessoas surdas e cegas.
“A experiência coletiva de exercitar as práticas de acessibilidade foi muito orgânica durante todo o processo de construção das cenas e ensaios. Todos – atores e equipe técnica – entendem que a audiodescritora e a intérprete também integram a cena, cada uma tem seu tempo e espaço”, explica Iraci Seefeldt, coordenadora de dramaturgia do espetáculo e responsável pela audiodescrição.
O Grupo de Teatro Louco é Pouco é um coletivo de experimentação em teatro, performance e contação de histórias, formado por artistas com múltiplos perfis, pessoas com transtorno mental, neurodiversas e com outras características.
Mantido pelo Instituto Impar, o grupo foi criado em 2021 por integrantes da Oficina de Teatro do SOIS – Arte para Todos, projeto desenvolvido pelo Serviço Organizado de Inclusão Social, da Secretaria Municipal de Saúde de Joinville, com aulas ministradas pelo ator e professor de teatro Robson Benta, da Escola Municipal de Teatro e Secretaria Municipal de Cultura e Turismo em parceria com o Programa de Formação Cultural Arte para Todos, do Instituto IMPAR.
Teatro e Cinema
Imagens dos ensaios e da apresentação de estreia serão exibidos no documentário que conta a história do grupo, produzido pela Futuro Coletivo Filmes. O projeto foi aprovado no Prêmio Catarinense de Cinema – Edição Especial Lei Paulo Gustavo/2023, e está sendo realizado com recursos da Lei Paulo Gustavo e Ministério da Cultura, por meio da Fundação Catarinense de Cultura e Governo do Estado de Santa Catarina.
Ingressos à venda
Os ingressos para a peça podem ser adquiridos antecipadamente pelo Whatsapp do Instituto IMPAR: (47) 99672-0034 ou na bilheteria no Galpão de Teatro da Ajote no dia da apresentação. *Ingressos limitados, sujeito à lotação do teatro.
▪️ Entrada inteira: R$60,00
▪️ Meia entrada: R$30,00 (estudantes, idosos e pessoas com deficiência e usuárias da RAPS – Rede de Atenção Psicossocial, CAPS e SOIS)
▪️ Camiseta do espetáculo: R$80,00
▪️ Kit Apoio Louco é Pouco – R$200,00 (Ingresso, camiseta e nome na lista de apoiadores).
Serviço
O que: Peça teatral “O que você sabe sobre mim?”, com o Grupo de Teatro Arte para Todos, do Instituto IMPAR. Direção: Robson Benta.
Quando: 10 de novembro, domingo, às 16h.
Onde: Galpão de Teatro da AJOTE, Rua Quinze de Novembro, 1383, América (em frente ao Museu de Arte de Joinville, anexo à Cidadela Cultural Antártica).
Sinopse
O que você sabe sobre mim? – é uma pergunta que nasce de um processo de mais de sete anos de trabalho desenvolvido por um professor de teatro com um grupo de pessoas com transtorno mental. Em cena, o jogo nasce no cotidiano. Cores, memórias e afetos são compartilhados pelos artistas e ofertados ao público. Como lidar com a verdade diante da constatação de que o comportamento normativo da sociedade contemporânea define as capacidades de uma pessoa a partir de suas características? Como se reconhecer no outro? Como saber mais sobre si? O jogo é aberto e você escolhe se entra, ou não!
Duração: 45 a 50min.
Ficha técnica
- Elenco: Ademir de Oliveira, Alexandre Fernandes Maria Stamm, Claus Janke, Cristiane Klug, Flávio Caetano, Humberto Hagemann, Jackson Ricardo Koch, Jocemar da Costa Leite, Lucas Janke Gomes, Paulo André Mendonça da Silva e Robson Benta.
- Direção artística: Robson Benta.
- Coordenação de dramaturgia, direção de produção e audiodescrição: Iraci Seefeldt.
- Produção: Manoella Carolina Rego.
Preparação corporal e terapia ocupacional: Nathielle Wougles.
Intérprete de Libras: Núbia Amorim. - Figurinos: Isadora Dourados – Dorgas Upcycle e Custom.
- Cenografia: Muriel Szym
- Trilha sonora: Fábio Cabelo.
- Fotografia: Gabriel Batz.
- Design: Clic Comunicação.
- Assessoria de comunicação: Patricia Stahl Gaglioti.
- Redes sociais: Nilson Balsanelli.
- Apoio administrativo: Francielle Dantas
- Realização: IMPAR – Arte para Todos.
- Apoio: Route 101 Coworking, RW Contadores, Futuro Coletivo Filmes, SOIS – Serviços Organizados de Inclusão Social, Secretaria Municipal de Saúde e Prefeitura de Joinville.
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A diferença entre a literatura e o jornalismo é que o jornalismo é ilegível e a literatura não é lida… Oscar Wilde