Durante os cinco dias de programação, serão exibidos gratuitamente uma variedade e diversidade de filmes, com direito a trilha sonora ao vivo composta especialmente pelo músico, pianista compositor e sintesista Diogo de Haro para a exibição do clássico: “A Queda da Casa de Usher” (1928), dirigido por Jean Epstein.
Inicia na próxima quarta-feira, 20, e vai até sábado, 23, em vários locais da cidade de Joinville, a primeira edição do Mostra na Cidade. Serão oferecidas gratuitamente, uma variedade de gêneros cinematográficos, além de sessões adaptadas para pessoas com deficiência auditiva e visual, mostras especiais voltadas para o público infantil, filmes de diretores joinvilenses, internacionais, e muito mais. O projeto é financiado pela Lei Paulo Gustavo de Incentivo à Cultura, através da Prefeitura Municipal de Joinville, com produção da Cooperfilm.
Um dos destaques desta edição, será a performance musical do pianista Diogo de Haro, no sábado, 23, a partir das 20h30, na Galeria 33, encerrando com chave de ouro a mostra, com a exibição do clássico “A Queda da Casa de Usher” (1928), dirigido por Jean Epstein, com trilha ao vivo composta especialmente por Diogo de Haro, com trilha sonora especialmente para a obra de Edgar Allan Poe. Com sua paleta de sons matizados em sintetizadores analógicos e processadores de efeitos, de Haro faz renascer à nossa contemporaneidade os tempos em que a fantasmagoria da recém nascida sétima arte era condensada pela presença da figura do músico de cinema. A nova música, composta especialmente para o filme, impulsiona as imagens em sua trágica libertação da objetividade, delineando-se sob a influência dos afetos dos personagens. No filme Roderick Usher vive isolado em uma casa sombria ao lado de sua esposa doente. A chegada de um amigo traz à tona os mistérios e presságios sombrios que permeiam a casa Usher, em uma adaptação do conto de Poe.
A trilha sonora ao vivo executada por Diogo de Haro para o filme “A Queda da Casa de Usher”, traz uma nova camada de profundidade à obra clássica do cinema experimental francês, de Edgar Allan Poe. Utilizando sintetizadores analógicos, piano elétrico e drum machine, de Haro cria uma atmosfera sonora que dialoga com a estética expressionista do filme, realçando sua carga emocional e mística. A marcação de tambores e gongos artificiais, gerados em drum machine, sinalizam ecos de uma numerologia secreta relampejados na matemática do ritmo. Destas fórmulas mágicas afloram ambiências harmônicas densas que amplificam a tensão e a inquietude do filme, e faz renascer à nossa contemporaneidade os tempos em que a fantasmagoria da recém nascida sétima arte era condensada pela presença da figura do músico de cinema.
De Haro dedica-se à transmutação do filme em um evento sensorial único, em uma congregação do cinema com a performance musical no escopo de se reinventar a magia da narrativa.
Sobre Diogo de Haro
Diogo de Haro é pianista de formação clássica e acadêmica, mestre em Práticas Interpretativas – Piano, pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Em 2008, foi aluno convidado na Musikhochshule de Colônia, na Alemanha. Atua como performer em trabalhos de artes visuais e é também autor de diversas trilhas sonoras de filmes e documentários. O artista traz influências da música de vanguarda, do minimalismo, pós-clássico, jazz experimental contemporâneo, da world music e o do post-rock. Seu último álbum, intitulado “Arcturus”, reúne explorações em que a música leva a uma viagem por um mundo interior de formas e afetos, improvisações e experimentações em sintetizadores analógicos. Haro pesquisou paletas sonoras adequadas para o que chama de meditação sinestésica, conceito que define como um exercício de escuta, no qual o ouvinte se empenha em observar, reter e depois narrar as imagens ou histórias que se criaram espontaneamente durante a audição.
A Mostra da Cidade é um palco para a produção cinematográfica independente, promovendo e revisitando filmes. É uma oportunidade inestimável para novos e já consolidados cineastas exibirem suas obras e se conectarem com o público, fomentando a inovação e a criatividade audiovisual. A programação completa da mostra, que acontecerá no CEU do Aventureiro, na Associação Atlética Tupy e Sala de Cinema da Galeria 33, você encontra no perfil oficial do Instagram.
Ingressos disponíveis no Sympla.
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A diferença entre a literatura e o jornalismo é que o jornalismo é ilegível e a literatura não é lida… Oscar Wilde