Método Wolbachia, que auxilia no combate à dengue, vai ser ampliado em Joinville

Foto: Prefeitura de Joinville/Divulgação.

O Ministério da Saúde anunciou a ampliação do Método Wolbachia em Joinville, que tem como objetivo combater a dengue. O anúncio foi feito na tarde desta segunda-feira, 3, após uma reunião entre a equipe da Prefeitura de Joinville, técnicos do Ministério da Saúde, Fiocruz e World Mosquito Program (WMP).

Durante a manhã, a prefeita em exercício, Rejane Gambin; o secretário da Saúde, Rodrigo Andrioli; e a equipe técnica da Saúde de Joinville receberam o secretário adjunto da Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente do Ministério da Saúde, Rivaldo Venâncio da Cunha; Aline Rapello, do Ministério da Saúde; e Diogo Chalegre, Líder de Relações Institucionais e Governamentais do WMP Brasil / Fiocruz para uma reunião na sede da Prefeitura. Depois, a comitiva fez uma visita na sede da Biofábrica, que opera no bairro Nova Brasília.

“Essa decisão do Ministério é um reconhecimento ao profissionalismo, à competência e ao envolvimento de toda administração de Joinville nesse período, na utilização do Método Wolbachia. Nós gostaríamos, em nome da Secretaria de Vigilância em Saúde, de agradecer todo o profissionalismo e dedicação com que vocês receberam o Método aqui em Joinville, o aplicaram e agora aceitaram contribuir com a aplicação em outras localidades não somente de Santa Catarina, como de outros estados do Brasil. Em outras palavras, Joinville passa a ser um exemplo na utilização do Método Wolbachia no Brasil”, declarou Cunha, durante coletiva com a imprensa.

Com o anúncio da ampliação, a partir do segundo semestre deste ano, o Método passará a ser aplicado em uma área de abrangência que atenderá mais cerca de 150 mil pessoas. Com base em critérios técnicos, foram definidos os bairros Adhemar Garcia, Anita Garibaldi, Boehmerwald, Bucarein, Dona Francisca, Glória, Itinga, Jardim Paraíso, Nova Brasília, Distrito de Pirabeiraba, Profipo, Rio Bonito, Saguaçu, Santo Antônio e Vila Cubatão para receber a soltura dos Wolbitos.

Atualmente, uma área onde vivem cerca de 360 mil joinvilenses já é contemplada com o método no município. Ao todo, um população de 510 mil pessoas será diretamente beneficiada com a técnica.

“Toda escolha de bairros ocorre pelo mapa de calor. A gente vê quais são os bairros com o mais número de casos e a partir dessa análise se escolhe esses bairros. No total, ficaremos com 32 bairros. O processo é o mesmo, tem que ter toda a caminhada de sensibilização, conversar com os Conselhos Locais de Saúde. A população tem que estar preparada” afirma a prefeita em exercício, Rejane Gambin.

Antes de começar a soltura, os profissionais vão fazer o trabalho de sensibilização e orientação nos bairros selecionados, explicando para a população como ocorre o trabalho, o que são os Wolbitos e tirando dúvidas sobre o Método Wolbachia.

Método poderá ser ampliado para Blumenau e Balneário Camboriú

O local foi especialmente montado para servir como Biofábrica do Método Wolbachia e possuiu uma das estruturas mais modernas do Brasil, com equipamentos de ponta que auxiliam na produção necessária para atender a demanda de produção de mosquitos.

Durante a tarde, os técnicos do Ministério da Saúde, WMP e Fiocruz receberam em Joinville, representantes dos municípios de Blumenau e Balneário Camboriú. Eles também serão contemplados com o Método Wolbachia e a produção dos Wolbitos deve ocorrer na Biofábrica em Joinville.

Finalização da primeira etapa

Até o fim do mês de março, ocorre a finalização da primeira fase do projeto, em que 17 bairros de Joinville estão sendo contemplados com a soltura dos Wolbitos. Essa soltura já ocorreu ao longo de 22 semanas, de segunda a sexta-feira. Sendo que em cada uma das semanas, são soltos, em média, 3,5 milhões de Wolbitos.

Todo o trabalho é acompanhado por uma equipe da Prefeitura de Joinville, que foi treinada, e pelos técnicos do WMP e Fiocruz. Após um período de soltura, começou a coleta de ovos para identificar se havia a reprodução dos Wolbitos com os mosquitos já estavam em Joinville. Os números alcançados não são divulgados por integrarem relatórios técnicos de pesquisas científicas. Mas segundo os técnicos que têm acesso a esses dados, os Wolbitos têm se estabelecido bem em Joinville.

Quando essa etapa de soltura dos Wolbitos for finalizada, em março, a Biofábrica ficará um período com os trabalhos de produção interrompidos. Isso faz parte da estratégia e planejamento da ação, já que nesse período, serão feitos os trabalhos de campo, com orientação da comunidade nos novos bairros contemplados pelo Método.

Sobre o Método Wolbachia

A estratégia do método contempla a introdução da bactéria Wolbachia nos mosquitos Aedes aegypti. Esta bactéria está presente em 60% dos insetos da natureza e não causa danos aos humanos. A Wolbachia impede que os vírus da dengue, zika, chikungunya e febre amarela urbana se desenvolvam dentro dos insetos, contribuindo para redução dessas doenças.

O Método Wolbachia consiste na liberação de Aedes aegypti com Wolbachia para que se reproduzam com os Aedes aegypti locais estabelecendo, aos poucos, uma nova população destes mosquitos, todos com Wolbachia.

Com o tempo, a porcentagem de mosquitos que carregam a Wolbachia aumenta, até que permaneça estável sem a necessidade de novas liberações. Este efeito torna o método auto sustentável e uma intervenção acessível a longo prazo.

Não há qualquer modificação genética no Método Wolbachia do WMP, nem no mosquito nem na Wolbachia. Os 17 bairros contemplados na primeira etapa em Joinville são: Aventureiro, Boa Vista, Bom Retiro, Comasa, Costa e Silva, Espinheiros, Fátima, Floresta, Guanabara, Iririú, Itaum, João Costa, Morro do Meio, Paranaguamirim, Petrópolis, Ulysses Guimarães e Vila Nova.

A implementação do Método Wolbachia em Joinville ocorre por meio de uma ação conjunta entre a Prefeitura de Joinville, Fiocruz, World Mosquito Program (WMP), Governo de Santa Catarina e Ministério da Saúde.

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A diferença entre a literatura e o jornalismo é que o jornalismo é ilegível e a literatura não é lida… Oscar Wilde

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