Mercado financeiro mantém projeções firmes para 2023

Previsões indicam crescimento moderado e desafios no controle da inflação e da taxa de juros
Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil.

Pela segunda semana consecutiva, as estimativas do mercado financeiro para os principais indicadores econômicos de 2023 permaneceram estáveis, conforme indicado na edição mais recente do Boletim Focus divulgada nesta segunda-feira, 9, pelo Banco Central (BC). A pesquisa, conduzida junto a economistas, é publicada semanalmente pelo BC.

Para o presente ano, a projeção de crescimento da economia manteve-se em 2,92%. Quanto a 2025, espera-se um Produto Interno Bruto (PIB), que representa a soma dos bens e serviços produzidos no país, crescendo a uma taxa de 1,5%. Já para 2025 e 2026, o mercado financeiro projeta um aumento do PIB em 1,9% e 2%, respectivamente.

Destacando-se em relação às projeções, a economia brasileira registrou um crescimento de 0,9% no segundo trimestre deste ano em comparação com os primeiros três meses de 2023, conforme relatório do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Comparado ao mesmo período do ano anterior, o crescimento foi de 3,4%.

Considerando um acumulado de 12 meses, o PIB apresenta uma alta de 3,2%, com um crescimento acumulado de 3,7% no semestre.

Inflação A estimativa para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deste ano, que representa a inflação oficial do país, permaneceu em 4,86% nesta edição do Boletim Focus. Para o ano de 2024, a previsão de inflação subiu de 3,87% para 3,88%. Para 2025 e 2026, as projeções apontam uma taxa de 3,5% para ambos os anos.

A estimativa para 2023 ultrapassa o teto da meta de inflação estabelecida pelo BC, que é de 3,25% para o ano, com uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Ou seja, o limite inferior é de 1,75%, e o superior é de 4,75%.

Segundo o BC, de acordo com o último Relatório de Inflação, a probabilidade de o índice oficial ultrapassar o teto da meta em 2023 é de 67%.

A projeção do mercado para a inflação de 2024 também está acima do centro da meta prevista, fixada em 3%, mas ainda dentro do intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual.

Em agosto, influenciado pelo aumento no custo da energia elétrica, o IPCA foi de 0,23%, segundo dados do IBGE. Esse índice é superior ao registrado em agosto do ano passado, quando houve deflação de 0,36%.

O IPCA acumula alta de 3,23% no ano e 4,61% em 12 meses. Os dados da inflação de setembro serão divulgados na quarta-feira, 11, pelo IBGE.

Taxa de juros Para atingir a meta de inflação, o Banco Central utiliza a taxa básica de juros, conhecida como Selic, atualmente estabelecida em 12,75% ao ano pelo Comitê de Política Monetária (Copom). O comportamento dos preços levou o BC a reduzir os juros pela segunda vez neste semestre, em um ciclo que provavelmente terá novos cortes de 0,5 ponto percentual nas próximas reuniões. Apesar das quedas sucessivas no final do primeiro semestre, a inflação voltou a subir na segunda metade do ano, o que era previsto por economistas.

Mesmo assim, em comunicado divulgado na terça-feira, 26, o Copom reforçou a necessidade de manter uma política monetária ainda contracionista para garantir a convergência da inflação para a meta em 2024 e 2025, bem como a ancoragem das expectativas. As incertezas nos mercados e as expectativas de inflação acima da meta são fontes de preocupação para o BC e influenciam a decisão sobre a taxa básica de juros.

De março de 2021 a agosto de 2022, o Copom aumentou a Selic por 12 vezes consecutivas em um ciclo de aperto monetário iniciado devido ao aumento nos preços de alimentos, energia e combustíveis. Por um ano, de agosto do ano passado a agosto deste ano, a taxa foi mantida em 13,75% ao ano por sete reuniões seguidas.

Antes do início do ciclo de aumento, a Selic tinha sido reduzida para 2% ao ano, o nível mais baixo da série histórica iniciada em 1986. Essa redução ocorreu devido à contração econômica causada pela pandemia de covid-19, levando o Banco Central a diminuir a taxa para estimular a produção e o consumo. A taxa permaneceu no menor patamar da história de agosto de 2020 a março de 2021.

O mercado financeiro projeta que a Selic encerrará 2023 em 11,75% ao ano. Para o final de 2024, a estimativa é que a taxa básica caia para 9% ao ano. Para o final de 2025 e 2026, a previsão é de Selic em 8,5% ao ano para ambos os anos.

Quando o Copom aumenta a taxa básica de juros, o objetivo é conter a demanda aquecida, o que reflete nos preços, já que os juros mais elevados encarecem o crédito e incentivam a poupança. No entanto, além da Selic, os bancos consideram outros fatores ao determinar as taxas de juros para os consumidores, como risco de inadimplência, lucro e despesas administrativas. Assim, taxas mais altas podem dificultar a expansão da economia.

Quando o Copom reduz a Selic, a tendência é que o crédito fique mais acessível, estimulando a produção e o consumo, o que reduz o controle sobre a inflação e impulsiona a atividade econômica.

Por último, a previsão do mercado financeiro para a cotação do dólar no fim deste ano é de R$ 5. Para o término de 2024, estima-se que a moeda americana alcance R$ 5,02.

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Kevin Banruque
Editor

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