Joinville recebe “O Doente Imaginário”, clássico mundial do teatro de comédia

Último texto escrito por Molière será apresentado gratuitamente pela Cia. Limite 151 (RJ) nos dias 14 e 15 de novembro, no Teatro Juarez Machado
Divulgação

Considerado pelos especialistas em teatro como um dos melhores textos de comédia escrito pelo dramaturgo francês Molière (1622-1673), a peça “O Doente Imaginário” chega à Joinville na próxima semana. A adaptação é da Cia. Limite 151 (RJ), que fará apresentações gratuitas no Teatro Juarez Machado, na segunda e terça-feira (dias 14 e 15), às 20h. A circulação do espetáculo por Santa Catarina, que também passará por São Francisco do Sul no dia 17, tem o patrocínio da AcerlorMittal Vega, via Lei de Incentivo à Cultura.

O Doente Imaginário foi a última peça escrita e encenada por Molière, que sofreu um ataque em pleno palco, durante uma apresentação, morrendo pouco depois.Obra-prima do gênero, com tradução e adaptação de João Bethencourt, a peça reúne intrigas e romance na mesma trama. Angélica, filha de Argan, um rico e avaro burguês (tipo muito presente nas comédias de Molière), vítima de hipocondria, apaixona-se por um rapaz, o romântico Cleanto. O pai, no entanto, quer que ela se case com um médico, pois desta forma teria assegurado consultas gratuitas sem ao menos precisar sair de casa.

Famosa pela montagem de clássicos, a Cia Limite 151 completou 30 anos em 2022 e já montou diversos textos de Molière como O Avarento, Tartufo, As Preciosas Ridículas, As Malandragens de Escapino e As Eruditas. Em O Doente Imaginário, Molière fazia o papel-título quando, ironicamente, teve um ataque em pleno palco, durante a quarta apresentação. Levado para casa, morreu pouco depois. “Molière costumava escrever as peças para ele mesmo. Em sua companhia de teatro, ele era o dramaturgo, o diretor e o ator principal. Talvez seja por isso que os seus protagonistas sempre tiveram muito destaque, pois ele escrevia a peça pensando em si mesmo”, conta a diretora Jacqueline Laurence.

Francesa de Marselha, Jacqueline Laurence chegou ao Brasil aos 16 anos. Em 50 de profissão, ganhou dois prêmios Molière e um Mambembe de melhor atriz. Em 1984, estreou na direção e, desde então, passou a exercer as duas funções. Como encenadora, esteve à frente de peças de sucesso como Louro, Alto, Solteiro, Procura com Miguel Falabella; Sereias da Zona Sul com a dupla Miguel Falabella e Guilherme Karam; Dias Felizes com Fernanda Montenegro; Personalíssima com Rosamaria Murtinho, e Tartufo, de Molière, um dos seus textos preferidos.

“Gosto muito de Molière. Já fiz O Avarento e O Doente Imaginário, como atriz. Agora estou tendo a experiência de dirigir esse texto especial, porque foi o último que ele escreveu antes de morrer, e, portanto, já tem toda a carga de experiência que Molière tinha como homem de teatro, autor, ator, chefe de companhia teatral”.

Para Jacqueline, os textos de Molière ainda são atuais. “O Doente Imaginário é uma comédia extraordinária que, como em todos os trabalhos do autor, nos traz uma visão crítica sobre a humanidade. Esse é um dos motivos para que seus textos façam sucesso ainda hoje”, explica Jacqueline. Além disso, a diretora afirma que a peça tem um humor inteligente, sem deixar de ser popular e acessível a todos os tipos de público.

Sobre Molière

Autor de obras-primas da comédia, como Tartufo, Jean-Baptiste Poquelin, conhecido como Molière, foi batizado em Paris em 15 de janeiro de 1622. Filho de um rico fornecedor de tapetes da casa real, Molière recebeu educação privilegiada no colégio de Clermont. Recusou-se, porém, a seguir a carreira do pai e decidiu abraçar o teatro quando, em 1643, fundou em Paris, junto com outros nove atores, a companhia L’Illustre-Théâtre, que faliu 16 meses depois. O duque de Épernon patrocinava a trupe. O cenário era Lyon, 1653. Nessa época Molière começou a escrever comédias, incluindo O Marido Ciumento.

Em 1658 Molière e os Béjarts voltaram a Paris. Agora sob o patrocínio de Monsieur, irmão do rei, a trupe passou a compartilhar um teatro com uma companhia italiana de commedia dell’arte. Em 1659, As Preciosas Ridículas lançou Molière como diretor. Em 1663 casou-se com Armande Béjart. Nessa época, Molière tornou-se um dos autores favoritos do rei Luis XIV. Em O Doente Imaginário, Molière fazia o papel-título quando, ironicamente, teve um ataque em pleno palco, durante a quarta apresentação. Levado para casa, morreu pouco depois. Sua esposa teve que implorar ao rei que intercedesse junto ao arcebispo de Paris para que pudesse enterrar o artista, um direito a que os atores tinham de abdicar ao escolher a profissão.
Sobre a Cia Limite 151

Folha Metropolitana

A diferença entre a literatura e o jornalismo é que o jornalismo é ilegível e a literatura não é lida… Oscar Wilde

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