Durante a Conferência das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas (COP 28), dois estudos de abrangência global, com a contribuição de três pesquisadores da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), emitiram um alarme crucial sobre as mudanças sem precedentes no meio ambiente. Marina Hirota, do departamento de Física, Regina Rodrigues, da coordenadoria de Oceanografia, e Bernardo Flores, do Programa de Pós-graduação em Ecologia, colaboraram com esses estudos, que oferecem um panorama detalhado da situação mundial e oferecem recomendações fundamentais.
Os estudos, nos quais as pesquisadoras Marina e Regina desempenharam papéis proeminentes, pintam um cenário preocupante de emergência tanto no Brasil quanto no restante do mundo, enfatizando os efeitos do aumento de 1,5 graus Celsius na temperatura global.
Marina é co-autora do Global Tipping Points Report 2023, um estudo que delineia os “pontos de não retorno”, contando com a contribuição de mais de 200 pesquisadores, incluindo Bernardo Flores. Por outro lado, Regina integra o comitê editorial do New Insights in Climate Science, do World Climate Research Programme.
Os relatórios destacam que “a humanidade está atualmente numa trajetória desastrosa”, evidenciando que as medidas atuais estão longe de serem suficientes para lidar com o desafio em escala global. Alertam sobre cinco pontos críticos no sistema terrestre, incluindo o colapso de grandes mantos de gelo e a mortalidade generalizada dos recifes de coral em águas quentes.
Marina Hirota liderou o estudo sobre os pontos de não retorno na Biosfera, focando suas análises na região amazônica. As secas extremas recentes resultaram em extensa mortalidade de árvores, essenciais para a descarbonização e o combate ao aquecimento global.
Os pesquisadores recomendam apoio aos povos indígenas e comunidades locais para adotarem meios de subsistência sustentáveis. Além disso, salientam a necessidade de investimentos em observações de campo, sensoriamento remoto e experimentos para monitorar a resiliência dos ecossistemas e identificar sinais de alerta precoce. Destacam ainda a importância do compartilhamento de dados e colaboração internacional.
Entre as recomendações cruciais, está a eliminação dos combustíveis fósseis e das emissões provenientes do uso do solo antes de 2050, segundo os especialistas.
Os cientistas ressaltam a urgência de políticas robustas para alcançar uma descarbonização em escala adequada, especialmente no Brasil, onde secas e ondas de calor impactaram a disponibilidade de água e alimentos globalmente.
A “reforma dos sistemas alimentares” é enfatizada como um aspecto crítico, responsável por 31% das emissões globais e capaz de impulsionar o aquecimento global para 2°C até 2100, caso não seja alterado.
O relatório destaca a urgência na eliminação gradual dos combustíveis fósseis, em meio a um cenário onde a perda das geleiras está se acelerando, alertando para os impactos devastadores das mudanças climáticas.
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