Eleições 2024: Sargento Lima discute suas prioridades como candidato à Prefeitura de Joinville

Foto: Divulgação.

Sargento Lima, deputado estadual por Santa Catarina, está concorrendo à Prefeitura de Joinville nas eleições de 2024. Natural de Belo Horizonte (MG) e com uma trajetória na Polícia Militar, onde atuou por mais de duas décadas, Lima ingressou na política em 2018 e vem desempenhando como deputado estadual na Assembleia Legislativa do Estado de Santa Catarina (Alesc).

Nesta entrevista, que faz parte de uma série de reportagens especiais da Folha Metropolitana, com a participação de todos os candidatos à Prefeitura de Joinville, Sargento Lima, filiado ao Partido Liberal (PL), compartilha suas propostas para a cidade, abordando temas como segurança pública, saúde, desenvolvimento econômico e mobilidade urbana.

Confira a seguir a entrevista completa:

Folha Metropolitana: O senhor ingressou na Polícia Militar em 1998 e agora se dedica à política. O que o motivou a sair da segurança pública para entrar na política, e como essas experiências moldaram sua visão de gestão?

Sargento Lima: A segurança pública faz parte de mim. Eu não atuo mais como policial militar, mas levei comigo a segurança pública para a política. Como costumo dizer, sempre fui um sujeito politizado e não político. Justamente por isso, quando lecionava, meus alunos me convenceram a me candidatar a um cargo público. Achavam que uma voz como a minha seria importante na Assembleia Legislativa de Santa Catarina. Embora eu nunca tivesse disputado qualquer cargo eletivo até 2018, eu sempre acompanhei a política. Jair Messias Bolsonaro ainda nem fazia parte das pesquisas eleitorais e já era o meu líder, e ele foi determinante para a minha virada de chave. Tanto que, para decidir minha filiação partidária, eu segurei até o último minuto. Quando Bolsonaro se filiou ao PSL, eu, imediatamente, também me filiei. Não tinha dúvida sobre qual seria o meu caminho. Minha vivência na área fez com que a segurança e a saúde se tornassem os principais pilares dos meus dois mandatos como deputado estadual. Tenho projetos e destinação de emendas para melhorar estes setores, sobretudo para Joinville e região.  

FM: Em sua atuação na Assembleia Legislativa, o senhor teve destaque na CPI dos Respiradores. Como esse trabalho investigativo influenciou suas propostas para melhorar a transparência e a gestão pública em Joinville?

SL: São momentos distintos. Primeiro, levei para a CPI um pouco dos cursos e técnicas que aprendi na PM. Como agir num interrogatório, como observar as reações do interrogado etc. Segundo, o que saiu da CPI. Assinamos um projeto coletivo que virou lei. Em resumo, estabelece procedimentos suplementares para contratações públicas diretas, o que evitará que o Estado caia novamente neste golpe do bilhete premiado que custou R$ 33 milhões aos catarinenses. E, individualmente, eu já havia proposto um projeto de lei, que infelizmente foi reprovado na Alesc, que evitaria o golpe dos respiradores. Meu projeto vedava que empresas condenadas por terem cometido atos contra o tesouro público, com processo transitado em julgado, participassem de qualquer concorrência de venda de produtos e serviços para o Estado. Infelizmente, meu PL foi arquivado sob alegação de inconstitucionalidade. Deu no que deu. 

FM: Quais são suas principais propostas para a área de segurança pública em Joinville, considerando sua experiência como sargento e coordenador da Frente Parlamentar de Segurança Pública e Privada?

SL: Para mim, segurança pública não é apenas combater a violência e proteger as pessoas. Acredito no conceito de ordem pública. É, acima de tudo, oferecer saúde, emprego, educação, creche, iluminação e asfaltamento nas ruas, saneamento de qualidade e transporte publico eficiente. Garantir boas condições de vida reduz a criminalidade. Melhorar a iluminação e monitoramento de praças, esquinas, áreas escolares e pontos de ônibus, locais de concentração de pessoas, torna os indivíduos menos vulneráveis em alguns horários. Para ter mais segurança nas ruas, vamos priorizar a ampliação da Guarda Municipal, e buscar recursos federais e batalhar, junto ao Governo Estadual, para contar com maior efetivo de policiais.

FM: Como o senhor planeja lidar com os desafios fiscais e orçamentários da prefeitura de Joinville, tendo em vista seu trabalho na comissão que acompanhou a situação fiscal durante a pandemia de COVID-19?

SL: O Orçamento municipal de 2025 ainda não está aprovado, mas espero que não seja uma peça de ficção. Já o lado fiscal preocupa e muito. Na pandemia, o presidente Bolsonaroenviou bilhões para os Estados e prefeituras, e uma parte desse dinheiro utilizada para despesas fixas, como salários. Normalmente, esta parte fiscal é uma caixinha de surpresa para os prefeitos que assumem. Primeiro, teremos que nos debruçar no tema. A gente sabe bem o que o prefeito Adriano fez. Basta olhar suas redes sociais. A questão é saber o que ele não fez… Primeiro ponto do nosso plano de governo é verificar o grau de endividamento do município e a possibilidade de captação de recursos. Quem acompanha minhas propostas na Alesc já percebe que, na prefeitura, vou aumentar a transparência das ações e implantar medidas que reduzam as despesas, sem afetar a qualidade dos serviços. Temos que usar a tecnologia para melhorar os processos administrativos, buscar parcerias público-privadas e adotar ações baseadas num rígido controle de gastos. Há uma série de outros pontos para termos uma gestão mais eficiente.

FM: O senhor presidiu a CPI dos Respiradores e participou do Tribunal Especial de Julgamento no processo de impeachment do Governador Carlos Moisés. Como essa experiência contribuiu para sua visão sobre governabilidade e relações institucionais? 

SL: Eu ainda estava em começo de mandato quando presidi a CPI dos Respiradores e, depois, participei do Tribunal Especial. Foi um momento histórico para Santa Catarina, que me deu bagagem como parlamentar. As pessoas ainda me perguntam se, no Tribunal Especial, eu tinha noção de que meu voto condenando Moisés e inocentando a então vice Daniela seria decisivo no julgamento e para o futuro político do Estado. Sim. Eu sabia que, num futuro próximo, Moisés retornaria, pois, no julgamento seguinte (uma espécie de segundo turno) não haveria votos suficientes para o impeachment. Quanto ao voto de absolvição da vice, foi uma questão de justiça. Aliás, meu voto foi idêntico ao do presidente do Tribunal Especial, desembargador Ricardo Roesler, proferido logo após o meu voto. 

FM: Quais são suas prioridades para a área de saúde em Joinville, considerando a crise de saúde enfrentada durante a pandemia e as dificuldades enfrentadas pelos municípios em relação a recursos?

SL: Precisei assistir mais de uma vez ao vídeo da secretária municipal de Saúde de Joinville comparando as quatro, cinco horas de espera na fila de um posto de saúde com o congestionamento para as praias. Será que eu ouvi direito? Pior, era aquilo mesmo. Se fosse o prefeito, teria demitido a secretária sumariamente com tanto desrespeito e falta de empatia com o sofrimento da população. Nosso compromisso é lançar o Mutirão de Consultas e Exames para tirar o joinvilense da fila. São 60 mil esperando por consultadas e 20 mil por exames. Vamos criar também o Ônibus da Mulher, para circular pela cidade e levar a saúde mais perto da cidadã. Vamos implantar um modelo de meritocracia para o medico que estiver conosco nos mutirões com horários estendidos. Quem trabalhar mais, ganhará mais. Vamos ainda aprimorar o sistema de consultas e incentivar a telemedicina. Enfim, temos um leque de boas ideias para a saúde.

FM: Joinville tem uma forte base industrial, mas também enfrenta desafios em inovação e diversificação econômica. Como pretende fomentar o desenvolvimento econômico e atrair novos investimentos para a cidade?

SL: O desenvolvimento de um município precisa de um conjunto de ações. Uma delas, eu tenho a honra de ter escolhido, em 2019, o acesso norte de Joinville como a obra prioritária do Governo Estadual, e ela está aí. Estamos na luta para ampliar a capacidade de tráfego da BR-101 na região. Nossa produção não pode ficar travada em congestionamentos. Como deputado, estive em Brasília, junto com empresários, e conseguimos negociar está ampliação da 101 de Garuva à interseção com a BR-280. Além das condições de transporte, o empresário instala sua empresa em ambientes com mais segurança. E isso a gente pode oferecer, pois estamos no Estado mais seguro do Brasil. O empresário não pode investir mais no muro de proteção do que no seu negócio. E dentro do ambiente da Prefeitura, como liberal, tenho como obrigação diminuir as inúmeras barreiras que o poder público impõe ao empresário. O município não pode engessá-lo, mas ser um parceiro.

FM: A mobilidade urbana é um dos grandes problemas de Joinville. Quais são suas propostas para melhorar o trânsito, transporte público e incentivar o uso de bicicletas, considerando as características da cidade?

SL: O joinvilense não pode ficar uma, duas horas ou mais preso em congestionamentos. Vamos criar o programa Você na Faixa, a fim de flexibilizar as faixas de ônibus em horários em que ficam quase ociosas. A proposta é estabelecer uma regra de compartilhamento da faixa em horários de pico, beneficiando, além dos táxis já contemplados, motoristas de aplicativo, motocicletas e condutores que transitam com no mínimo três pessoas dentro do veículo. Nossa proposta é investir na construção de viadutos para melhorar a mobilidade numa série de vias, como a ligação das avenidas Edgar Meister e Santos Dumont; Marquês de Olinda com a Otokar Doerffel; Avenida Paulo Schoeder com a Rua Boemerwald; Avenida Albano Schmidt com a Baltazar Buschler, e outras tantas. Como policial, fiquei nas ruas de Joinville mais de duas décadas. Sei onde tranca e o motivo. Olha, o trânsito de Joinville precisa de uma atenção toda especial. 

FM: O senhor já demonstrou apoio a causas mais conservadoras, inclusive enquanto membro do PSL. Como essas posições influenciam suas propostas de governo e como planeja dialogar com eleitores de outras vertentes políticas?

SL: Para mim, Deus, Pátria, Família e Liberdade não é um bordão, mas uma crença. Este conceito pauta a minha atuação. Preocupado em proteger nossas crianças em sala de aula, defendo, com convicção, o modelo das escolas cívicos militares. Aqui em Joinville tinha uma, mas o atual prefeito fez o desfavor de seguir determinação do presidente Lula e descontinuou o programa. Com a presença de instrutores experientes, garantiremos mais disciplina, respeito, educação financeira, tecnologia e inovação para nossos jovens nas escolas cívico militares que pretendo ampliar, a exemplo do governador Jorginho Mello. Ideia é reforçar os valores de cidadania, patriotismo e respeito às autoridades, preparando os alunos para serem cidadãos responsáveis e conscientes. Em consequência, impedir o uso da escola para disseminação de qualquer coisa que se associe ao comunismo. Quanto a dialogar com outras vertentes políticas, eu não tenho nada pessoal contra ninguém. Agora, se bater no meu gabinete alguém para defender a legalização e o uso da maconha, ideologia de gênero, aborto, nem será recebido.

FM: Por fim, o que o diferencia dos outros candidatos e por que acredita que é a melhor opção para governar Joinville em um momento de tantos desafios?

SL: Deus nos deu dois olhos para que tenhamos a visão mais ampla. Prefeito com apenas um olho só enxerga o centro da cidade e não vê os bairros, que estão esquecidos, empoeirados ou enlameados, dependendo do dia. A decisão sobre qual a melhor opção cabe ao eleitor. Quanto a mim, cabe o dever de apresentar propostas exequíveis. Algumas apresentei neste espaço. Quanto ao diferencial, sou o único candidato com o apoio do governador Jorginho Mello, a quem tive a honra de servir como secretario da Segurança Pública. Com a parceria do governador, não tenho dúvida de que conseguiremos os recursos necessários para que Joinville saia dessa situação crítica da saúde e receba mais receita para a construção de viadutos para melhorar a mobilidade urbana e reforma de complexos esportivos. Tenho também a honra de ter o apoio explícito do presidente Jair Bolsonaro, que já pediu voto para nossa candidatura. Para mim, a eleição a prefeito será uma missão e, ao mesmo tempo, uma retribuição a tudo que Joinville fez e deu para mim e para minha família nestes 30 anos que moro na cidade. Sou mineiro de nascimento, mas um joinvilense de coração. E dentro da minha formação militar, missão dada é missão cumprida para, com força e coragem, colocar Joinville, com protagonismo que merece, na frente!

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