Dando continuidade à série de entrevistas realizadas pela Folha Metropolitana com os candidatos à Prefeitura de Joinville nas eleições de 2024, a entrevista de hoje é com Luiz Cláudio Gubert, candidato pelo MDB. Com uma trajetória marcada pela atuação como professor de ensino superior, Gubert entra na disputa pela primeira vez, trazendo propostas que focam em áreas como educação, saúde, saneamento básico e mobilidade urbana.
Nesta entrevista, o candidato compartilha suas visões sobre os desafios enfrentados por Joinville e suas soluções para o futuro da cidade. Este é o último capítulo de nossa série especial, que trouxe a todos os nossos leitores a oportunidade de conhecer melhor cada um dos postulantes ao cargo mais alto da administração municipal de Joinville.
Confira a seguir a entrevista completa:
Folha Metropolitana: Luiz Cláudio, você está se candidatando pela primeira vez a um cargo político, vindo de uma longa carreira na educação. O que o motivou a entrar na política e disputar a prefeitura de Joinville?
Luiz Cláudio Gubert: O que me motivou foi o amor pelo povo e pela cidade de Joinville, cidade essa que me acolheu, aonde constituí família e toda uma vida dedicada à servir a comunidade, tanto como servidor público como professor universitário. Joinville precisa voltar a ser destaque em áreas básicas como educação, saúde e saneamento, coisas que os governos do MDB prioriza e sabe fazer. Vou fazer Joinville voltar a ser destaque nacional nestas áreas.
FM: Sua experiência como professor de ensino superior lhe deu uma visão privilegiada sobre a educação em Joinville. Quais são suas propostas para melhorar o ensino básico e superior na cidade?
LCG: O ensino básico que é de responsabilidade do Município será a prioridade número 1 para Joinville voltar a ser destaque nacional, por exemplo, nas notas do IDEB. Vamos conseguir isso valorizando os servidores da educação, com revisão do plano de carreira, ampliação da hora atividade, garantia de professor auxiliar, realização de concurso público, entre outras ações. Além disso, vou melhorar as condições estruturais para se promover um ensino de qualidade, com modernização e eficientização das nossas edificações escolares, adoção de iluminação em led, instalação de placas solares para produção de energia, aproveitamento de águas das chuvas, redes de internet, equipamentos modernos e produtos pedagógicos de qualidade. Vou construir mais Centros de Educação Infantil para absorver a demanda não atendida atualmente, e ampliar a aquisição de vagas em creches da iniciativa privada enquanto os novos CEIs estiverem em construção, para atender a toda comunidade trabalhadora joinvilense que precisa deixar seus filhos em ambientes acolhedores, confortáveis e seguros, enquanto trabalham. Com relação ao ensino superior, de competência da União, vamos prospectar a inclusão de mais cursos junto a unidade da UFSC em Joinville, cursos como, por exemplo, medicina e odontologia, facilitando o acesso da população mais carente.
FM: Sendo um novo nome na política local, o que você acredita que pode trazer de diferente para a administração pública de Joinville, em comparação aos outros candidatos que já têm experiência política?
LCG: Justamente ser novo na política, mas profundo conhecedor da nossa cidade e da nossa Prefeitura aonde atuei por mais de 35 anos, é nosso diferencial. Aliado a nossa experiência de conhecimento e participação nas administrações do MDB que efetivamente transformaram a cidade de Joinville em destaque nacional, temos certeza que somos a melhor opção para a cidade. Não temos “rabo preso” com ninguém.
FM: Joinville enfrenta sérios problemas de mobilidade urbana, com congestionamentos e transporte público insuficiente. Como você pretende solucionar essas questões e melhorar a qualidade do trânsito e dos transportes na cidade?
LCG: Nos últimos anos os investimentos em mobilidade foram irrisórios, sem abertura e/ou duplicação completa de alguma avenida e sem ações estruturantes na solução de gargalos pontuais. No caso do transporte público também estamos estagnados num modelo ultrapassado. Vamos investir fortemente em eliminar gargalos no sistema viário, como por exemplo, construindo um túnel no cruzamento da Av. Marques de Olinda com a Rua Benjamin Constant, construindo um elevado no cruzamento da Av. Marques de Olinda com a Rua Ottokar Doerffel, entre outras. Vamos voltar a ter obras estruturantes, buscando apoio do governo estadual para, por exemplo, duplicar a Rua Dona Francisca de Pirabeirabaaté a Rua Blumenau, abrir a Av. Almirante Jaceguay da Rua Blumenau até a Rua dos Suiços, prolongar a rua Nacar do Guanabara até o Fátima com construção de nova ponte sobre o rio Itaum, criar uma grande avenida na região sul da cidade aproveitando vias existentes, desde a Estrada Rio dos Morros até a Rua Santa Catarina, cortando diversos bairros da zona sul, desafogando a Rua Monsenhor Gercino que está com sua capacidade de tráfego esgotada, abrir a Av. Antonio Ramos Alvim ligando a rua Santa Catarina a Rua São Paulo, para citar algumas. Junto ao Governo Federal vamos exigir, a completa execução e manutenção de marginais da BR 101 em ambos os lados em todo o trecho da cidade de Joinville, bem como criação de alças de acesso a cidade nos viadutos da BR 101 junto a Pirabeiraba, Rua Quinze de Novembro e Rua Ottokar Doerfell. Cobrar também a execução do desvio ferroviário da área urbana da cidade de Joinville, situação essa que prejudica toda a mobilidade da região sul da cidade, Também junto ao Governo Federal vamos cobrar fortemente duas ações importantíssimas para toda a região nordeste do estado de Santa Catarina: a efetiva duplicação da BR 280 que está se arrastando há anos e a criação de nova ligação entre a BR 101 até a BR 280 passando pela região leste de Joinville, desde Pirabeiraba próximo ao posto da Polícia Rodoviária Federal, passando pelo Jardim Paraíso, antiga Beira Mangue, Ponte Joinville, cruzando o Ademar Garcia, pegando a Estrada Rio dos Morros até a BR 280 em Araquari. No caso do transporte coletivo, vamos de vez efetivar nova concessão do sistema, buscando modernidades técnicas, facilidade, conforto e segurança aos usuários.
FM: O tratamento de esgoto é um dos desafios mais urgentes da cidade. Quais são suas propostas para ampliar a cobertura de saneamento básico em Joinville e melhorar a infraestrutura existente?
LCG: Em função do novo Marco do Saneamento, não podemos continuar no ritmo lento de ampliação de rede e tratamento de esgoto em execução da Companhia Águas de Joinville. Vamos acelerar o ritmo das obras com mais investimentos e com parceria junto a iniciativa privada, através de PPP.
FM: A saúde pública enfrenta problemas de superlotação e demora no atendimento. Como você pretende reorganizar o sistema de saúde da cidade para garantir um atendimento mais ágil e eficiente?
LCG: A saúde sempre será prioridade, mas é um assunto bastante complexo em que vários fatores estão envolvidos, inclusive situações que não temos controle. Vamos priorizar o servidor público, realizando concurso, diminuindo drasticamente funcionários temporários. Vou construir uma nova UPA na região Oeste da cidade. Vou promover mutirões de atendimentos de especialidades para diminuir as filas. Vou equipar, ampliar e melhorar a estrutura existente eliminando a necessidade de tratamento em outras cidades da região. Vou buscar junto aos governos estadual e federal o aumento de repasses de recursos, pois Joinville é um pólo de atendimento regional na área de saúde atendendo um público de mais de 1 milhão de pessoas, ou seja, muito acima da população da cidade.
FM: Joinville tem um potencial econômico significativo, mas enfrenta desafios na diversificação de sua economia. Como você pretende incentivar o crescimento de novos setores econômicos, como tecnologia e inovação, além da tradicional indústria da cidade?
LCG: O município será um indutor para a instalação de novas empresas nas diversas áreas, tanto prestadores de serviços, como industriais. Isso será feito através de duas ações gerais: desburocratização e descomplicação nos processos de abertura de novas empresas, na construção e/ou ampliação das edificações e nos ambientes de negócios; e Melhoria das condições da cidade como um todo, melhorando a mobilidade, melhorando a infraestrutura, melhorando a qualidade de vida da população, criando ambiente favorável para instalação de novos negócios na cidade.
FM: O turismo e a cultura de Joinville também são áreas que podem ser mais exploradas. Quais são suas propostas para valorizar e expandir essas áreas, atraindo mais visitantes e fomentando a economia local?
LCG: Incentivando, fomentando e criando um calendário permanente, junto com a sociedade organizada, de eventos culturais, eventos de negócios, eventos esportivos e festividades, movimentando a cidade o ano todo. Investir em divulgação destas atividades anuais da cidade e incentivando a abertura de negócios de apoio aos eventos.
FM: A cidade sofre com alagamentos em épocas de chuva intensa. O que você pretende fazer para melhorar o sistema de drenagem urbana e evitar esses problemas recorrentes?
LCG: Continuar com o Programa junto ao BID, de obras estruturantes por bacias hidrográficas, para controle de enchentes. Governo do MDB deixou assinado recurso de US$ 70 milhões de dólares americanos para investir em obras de controle de enchentes da bacia do rio Itaum. Como até o momento a atual gestão não iniciou nenhuma ação efetiva neste caso, há necessidade de se averiguar o que foi feito deste recurso para ver o que efetivamente podemos fazer a partir de janeiro de 2025. Para novas ações nesta área, por se tratar de obras de grande vulto que necessitam de recursos de financiamento externo, há necessidade primeiro de melhorar a situação financeira da Prefeitura que atualmente não consegue mais buscar recursos de empréstimos; pois na atual gestão caímos para conceito “C” de capacidade de pagamento, conforme critérios estabelecidos pelo tesouro nacional, conceito esse que impede novos financiamentos. Isso é uma grande preocupação. Salientamos que o MDB deixou a prefeitura no conceito “A”, permitindo que a atual gestão buscasse recursos de financiamentos para execução de obras.
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A diferença entre a literatura e o jornalismo é que o jornalismo é ilegível e a literatura não é lida… Oscar Wilde