Autora de obra sobre Chico Buarque apresenta versões inclusivas em Joinville

Foto: Divulgação.

A Livraria O Sebo acolhe, na próxima quarta-feira, 10 de julho, à 19h30, o lançamento, para o público de Joinville, do projeto “Palavra Presa na Garganta”, da pianista e produtora cultural Marisa Toledo. A obra analisa o impacto do adverso contexto político dos anos 1960 sobre a obra de Chico Buarque de Holanda – e, nos últimos dois meses, foi compartilhado com estudantes de cinco universidades catarinenses. “O conteúdo do livro foi retrabalhado para dar acessibilidade a cegos, pessoas com baixa visão e surdos”, especifica a autora.

Para Marisa Toledo, o projeto, que tem sua última etapa no final de julho, com palestra no Instituto Federal de Concórdia, termina “com cara de começo”. Ela entende que ainda há um longo caminho a percorrer, no desafio de difundir a obra de forma mais abrangente. “Embora as universidades sejam lugares que teoricamente pudessem ser pontos multiplicadores do conhecimento, a prática tem demonstrado que é só o início da jornada, e que a abrangência do livro se dará pelo ‘contágio’ pessoal – quando conseguirmos sensibilizar esses grupos específicos, as pessoas com deficiência visual e auditiva, principalmente”, pondera.

O editor Jura Arruda, da Editora Areia, responsável pela publicação, assinala que o livro “Palavra Presa na Garganta” é importante e urgente. “Tanto por colocar luz em uma época de opressão e ditadura, que ressurge nos tempos atuais, quanto por disponibilizar esse conteúdo às pessoas com deficiência visual e auditiva e incluí-las neste contexto, para ampliarmos a luta pela democracia.”

Foram produzidas versões acessíveis para leitores cegos e surdos: ebook, com descrição de imagens, audiobook com trilhas incidentais e videobook em Libras. A obra, em seus novos formatos, está disponível gratuitamente pela internet, no perfil do Instagram @palavrapresanagarganta.

A concepção dessas versões teve o envolvimento do IMPAR, o Instituto de Pesquisa da Arte pelo Movimento, de Joinville. Iraci Seefeldt, coordenadora de projetos do IMPAR, sublinha a “alegria enorme” da instituição em participar desse projeto, “fruto das ações que temos desenvolvido ao longo dos anos, que reverberaram e se multiplicaram”. A versão para pessoas surdas foi narrada pela experiente intérprete de Libras Núbia Amorim, com 21 anos de profissão. Ela revela o entusiasmo pelo resultado alcançado. “Ver um material dessa relevância sendo produzido respeitando o direito linguístico da pessoa surda me leva crer que dias melhores estão chegando para todos, para que possamos ser respeitados em nossas particularidades”, afirma.

Sobre o projeto

Proposta cultural realizada com recursos do governo do Estado de Santa Catarina, pela Fundação Catarinense de Cultura (FCC), por meio do Prêmio Elisabete Anderle de Estímulo à Cultura – Edição 2023.

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A diferença entre a literatura e o jornalismo é que o jornalismo é ilegível e a literatura não é lida… Oscar Wilde

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