Coluna Jura Arruda

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Orquídeas pretas

A cidade arrancou a coroa do príncipe. E tem visto que a narrativa de sua história foi forjada com ferramentas em aço europeu, com sonhos germânicos e promessas de vida melhor, mas desconsiderou a existência de outros povos na região, suas lutas e mazelas, seus sonhos e heroísmos. 

Joinville está diferente, desde que cheguei por aqui, no início dos anos 80, foi perdendo sotaque e ganhando pluralidade. Marinaldo de Silva e Silva escreveu o roteiro do documentário “Orquídeas pretas”, que está sendo produzido pela Madrigal Filmes, num projeto da Capital Criativo, para ouvir a narrativa da mulher preta joinvilense. 

No dia 7 de abril, às 20 horas, acontecerá o lançamento do teaser do documentário, no Auditório da Casa da Cultura de Joinville (Rua Dona Francisca, 800 – Saguaçu). É hora de ouvirmos quem também ajuda a construir a cidade.

Foto: Divulgação.

Seu olhar melhora o meu

Em 2019, tive o prazer de editar o livro que narra os cinco primeiros anos do programa Arte para Todos que, àquela altura, já tinha muito o que contar de seu trabalho e das experiências de um grupo que apostou no teatro como ferramenta de bem-estar e inclusão. Mais cinco anos se passaram e o Instituto IMPAR está em plena atividade, indo mais longe, chegando a mais pessoas, mas com o mesmo olhar sensível de sempre.

O Circuito “Diálogos Arte para Todos” está promovendo debates sobre a prática artística na promoção da saúde de pessoas com deficiência, neurodiversas ou com transtorno mental. A iniciativa vai percorrer instituições de ensino superior de toda Santa Catarina, compartilhando com estudantes, professores e pesquisadores um amplo repertório de vivências produzidas em mais de uma década de trabalho artístico junto de pessoas com deficiência, neurodiversas e com transtorno mental, na promoção da saúde e da acessibilidade cultural, por meio do Programa de Formação Cultural Arte para Todos. 

O formato dos “Diálogos Arte para Todos” une palestra, vivência artística e roda de conversa, para que os participantes possam experimentar a metodologia e trocar experiências. Os condutores serão Iraci Seefeldt (jornalista, artista de teatro, gestora cultural e consultora em acessibilidade), Nathielle Wougles (artista DEF, terapeuta ocupacional, professora e diretora de teatro), Manoella Rego (atriz, professora e diretora de teatro); e Robson Benta (ator, professor e diretor de teatro). Os diálogos terão recursos de audiodescrição e acessibilidade em Libras. 

Instituições interessadas em receber os Diálogos Arte para Todos podem enviar e-mail para impar@impar.art.br, aos cuidados de Samira Sinara, produtora responsável e diretora do Instituto. A realização do circuito marca também uma parceria inédita entre o IMPAR e a Fecate – Federação Catarinense de Teatro, responsável pela produção local dos encontros nas 10 cidades alcançadas pelo projeto. 

Oficina de Vivência em Teatro – Foto: Gabriel Bazt/Divulgação.

Ouvir histórias e lembrar

O Quinto ano ainda era chamado de Sexta série, quando encontrei na sala de aula de uma escola pública, a professora Erica, sem acento, com o som da letra “e” fechado, que me causou estranheza, mas o que marcou para aquele garoto de 13 anos foram as quartas-feiras em que ela lia um capítulo de “Robinson Crusoé”, de Daniel Defoe para a turma. 

Vivi momentos incríveis na escola, mas este talvez tenha sido o mais incrível de todos, quando eu me debruçava sobre a carteira, com o queixo sobre os braços e ouvia as aventuras do explorador e seu amigo batizado Sexta-feira.

Ouvir histórias, quero crer, será sempre uma experiência mágica de sair do próprio corpo e viver todas as aventuras possíveis. 

Neste sábado, as bibliotecas públicas de Joinville, Prefeito Rolf Colin, no centro; e Professor Gustavo Ohde, em Pirabeiraba, proporcionaram este momento lúdico de contação de histórias. O horário de funcionamento é das 8 às 12 horas, e a contação será, pontualmente, entre 10 e 11 horas. E se você quiser fazer o cadastro e emprestar livros, leve CPF e comprovante de residência.

Caminhos

Se eu não voltar, é porque fui além.

Jura Arruda

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Jura Arruda
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