O trabalho é apresentado pela idealizadora Amanda Aparecida do Livramento, aluna do 9º ano da Escola Municipal Vereador Curt Alvino Monich, de Joinville.
Um projeto que busca levar tecnologia de baixo custo para pequenos agricultores é o único representante de Santa Catarina na 4ª Mostra Nacional de Ciências, que ocorre no Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), em Brasília. O trabalho é apresentado pela idealizadora Amanda Aparecida do Livramento, aluna do 9º ano da Escola Municipal Vereador Curt Alvino Monich, de Joinville.
O evento segue até quinta-feira (14/9) com exposição e apresentação do trabalho em diferentes locais da capital federal, como o Ministério da Educação e o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). A aluna está sendo acompanhada pela professora integradora de mídias e metodologias, Sheila Steffen Klimtchuk, e Rosana Silvia Carvalho, representando a Secretaria de Educação.
“Fico muito feliz pela dimensão que meu projeto tomou e estar nessa Mostra de Ciências é maravilhoso. A princípio, você duvida da própria capacidade e se pergunta se realmente é competente o suficiente, mas quando vê o projeto e todo o seu esforço sendo reconhecido é muito gratificante”, conta Amanda.
O projeto começou com Amanda e a aluna Brenda Wéschlyn Limas, dentro do projeto Meninas na Tecnologia, realizado em parceria com a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). A escola recebeu kits de arduíno e as estudantes precisaram desenvolver um projeto final, foi quando nasceu o trabalho que está sendo apresentado durante a mostra nacional.
O desafio das alunas era realizar um pitch, com modelos de negócio envolvendo os sensores de arduíno, tendo como tema uma estação meteorológica de baixo custo. A partir disso, as estudantes desenvolveram a empresa Agritech, voltada para resolver o problema de falta de tecnologia nos pequenos agronegócios.
“Quando iniciamos o projeto, não tínhamos a dimensão de onde nos levaria. Para mim, conseguir explorar o potencial dos nossos alunos e ainda colher os frutos da semente que plantamos mostra que nosso trabalho vale a pena”, comenta a professora.
Agritech busca modernização no campo
Durante o desenvolvimento do trabalho, as alunas identificaram que existem aparelhos tecnológicos capazes de ajudar os agricultores no dia a dia, mas que exigem muito investimento. No entanto, elas precisavam validar o problema, o que motivou a realização de uma pesquisa com 18 agricultores e dois técnicos engenheiros agrônomos.
Os resultados mostraram que 90% dos entrevistados já sofreram prejuízos devido ao tempo e às condições climáticas, e 83% disseram que os equipamentos tecnológicos exigem muito da situação financeira. Ao mesmo tempo, 79% afirmaram que gostariam de ter um dispositivo de medição com bom custo-benefício.
A partir dos resultados, as alunas buscaram criar um aparelho com uso do arduíno para fazer medições como temperatura, umidade, pressão atmosférica, luminosidade, quantidade de chuva e sensor de proximidade. Um protótipo foi criado para apresentar a solução.
O modelo de negócio prevê a venda do produto diretamente com o agricultor, com o diferencial de oferta de consultoria com técnicos e engenheiros qualificados para dar assistência ao consumidor final. Tudo isso ao custo médio de R$ 313, valor muito abaixo das soluções ofertadas pelo mercado atualmente, de acordo com a aluna.
Após apresentar o trabalho na 4ª Mostra Nacional de Ciências, o objetivo de Amanda é aplicar o Mínimo Produto Viável (MVP) no campo para, futuramente, criar o aplicativo de celular, proporcionando aos pequenos agricultores um acesso mais descomplicado à tecnologia.

Folha Metropolitana
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