O Ministério Público do Trabalho entrou com uma ação civil pública contra a Associação Educacional Luterana Bom Jesus Ielusc, instituição em que a Doutora e Antropóloga Maria Elisa Máximo trabalhou como professora universitária durante 16 anos. O caso ganhou repercussão nacional, motivada pela sua demissão após seu posicionamento crítico em uma rede social particular contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), em outubro do ano passado. Dois meses antes, o Ielusc havia emitido uma norma interna, informando aos funcionários que não deveriam se posicionar politicamente durante a campanha eleitoral. Este é o principal motivador do processo movido pelo MP do Trabalho.
Na ação, o texto fala de “violação do direito fundamental à liberdade de expressão”. O processo é coletivo, tendo em vista que outros professores do Ielusc também teriam sido afastados por razões parecidas. Os nomes destes outros profissionais não foram revelados, mas o processo pede uma indenização de R$ 500 mil, que serão destinados ao Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT).
A ex-professora, Doutora e Antropóloga, Maria Elisa disse à reportagem que ficou sabendo do processo ainda em dezembro. “Recebi a ligação deles me chamando para ser testemunha, até porque como houve outras pessoas envolvidas, estão apurando outros envolvidos”, contou. Há também outros processos civis, tanto contra a instituição de ensino, quanto aos relacionados à injúria e perseguição, tendo em vista que a ex-professora do Ielusc sofreu até mesmo ameaça de morte pelas redes sociais. Segundo ela, todos os perfis estão sendo identificados.
Procurada pela Folha Metropolitana, a Associação Educacional Luterana Bom Jesus Ielusc preferiu não se manifestar sobre o processo.
Entenda o caso
No dia em que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) esteve em Joinville (01/10), a então professora do Ielusc, Maria Elisa Máximo usou sua rede social particular para tecer uma crítica, que dizia: “Joinville sendo o esgoto do bolsonarismo, pra onde escoaram os resíduos finais da campanha do imbroxável inominável. Não tem quem escape: há gente brega, feia e fascista pra todos os lados”. O post gerou repercussão nacional. Inicialmente a instituição afastou a professora do cargo e, algumas semanas depois, a demitiu. O caso ganhou apoio de diversas instituições, como o Sindicato dos Jornalistas.
