Dia dos pais: O semeador de sonhos

Para celebrar o Dia dos Pais, a Folha Metropolitana conta a história de Reginaldo Jorge dos Santos, que conquistou a paternidade em dois processos de adoção
Arquivo pessoal

Por Jean Balbinotti

Quem conhece o jornalista, escritor e professor Reginaldo Jorge do Santos, 55 anos, sabe o quão importante é, para ele, ser pai. E celebrar a data festiva ao lado dos filhos e de familiares é sempre motivo de alegria e emoção.

Mas para entender a relação de Reginaldo com a paternidade é preciso regredir no tempo. Tudo começou em 2013, quando ele e a esposa, Marisete de Oliveira, hoje com 57 anos, decidiram adotar uma criança. A única exigência que fizeram referia-se à idade, entre 5 e 9 anos, pois acreditavam terem assim melhores condições para criar o filho ou filha.

Ambos já haviam tentado a gravidez pelo método convencional, mas sem sucesso. Marisete já era mãe de Wanessa, fruto de uma outra união, mas a vontade de ter um filho (ou filha) com Reginaldo permanecia acesa.

Foi quando o “estalo” para a adoção apareceu de forma espontânea e curiosa. Durante uma formatura em Joinville, Reginaldo presenciou uma cena marcante, que mexeu com o seu coração. “Vi uma jovem descer do palco e se aproximar do pai, que estava na plateia, com uma flor e dizer coisas lindas para ele”, lembra.

No dia seguinte, o casal decidiu arregaçar as mangas e iniciar o processo de adoção de uma criança em Florianópolis, cidade onde moravam à época. Entre idas e vindas, percorreram um longo caminho. Foram várias idas ao Judiciário para preencher fichas, formulários e entregar documentos.

Depois de 11 meses de ‘gestação’ e algumas concessões, a grande notícia foi anunciada para o casal: Guilherme, de 9 anos, acabava de “nascer”. “Ele era bem franzino, magrinho, pesava uns 28 quilos e se adaptou rapidamente à nossa família. Desde o início, ele sempre me chamou de papai e a Mari, de mamãe. Foi amor à primeira vista”, diz Reginaldo.

O segundo presente

Vencida a etapa da adoção, Reginaldo procurou tomar alguns cuidados. Como um dos irmãos de Guilherme, Gustavo, permaneceu no Lar Recanto do Carinho, na Capital, sempre que podia ele promovia encontros em uma das cidades.

Só que a incerteza sobre o futuro do irmão de sangue deixava Guilherme e, por consequência, os seus pais adotivos, angustiados com a situação. Foi aí que Reginaldo mais uma vez abriu seu coração. Conversou com a esposa e juntos decidiram que deveriam adotar Gustavo.

Ao tomar conhecimento da decisão dos pais, Guilherme transbordou de alegria e renovou o ânimo. Parecia outra criança, recorda Reginaldo. A família só não sabia que, desta vez, o processo de adoção seria tão rápido. Na verdade, tudo aconteceu em um dia. Isso mesmo!

Exatamente no dia 30 de março de 2016, aniversário de Guilherme, a Justiça soube da vontade de Reginaldo e Marisete e, horas depois, concedeu a guarda de Gustavo. A emoção tomou conta de todos. “Saímos de casa com um filho e voltamos com dois”, brinca Reginaldo.

Uma história que transformou a vida da família Jorge dos Santos e que hoje, a cada encontro, é celebrada aos quatro cantos.

“Adoção é um ato de amor e na minha família isso sempre esteve muito presente. Eu falo para os meus amigos que o grande desprendimento da minha mulher,a Mari, que já tinha uma filha e transformou o coração dela em útero, permitiu que hoje eu pudesse ser chamado de pai”, ressalta Reginaldo, com a voz embargada.

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Folha Metropolitana

A diferença entre a literatura e o jornalismo é que o jornalismo é ilegível e a literatura não é lida… Oscar Wilde

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