Comissão da Câmara de Vereadores discute conflitos envolvendo materiais recicláveis no Aventureiro, em Joinville

CVJ/Divulgação

Pilhas de materiais recicláveis deixados em frente a casas, veículos estacionados em frente a portões e vizinhos em conflito são alguns dos elementos debatidos na reunião da Comissão de Proteção Civil da Câmara de Vereadores de Joinville (CVJ), realizada nesta terça-feira, 2. A discussão teve como foco a região da rua Constâncio Visentainer, no bairro Aventureiro.

Mais especificamente, trata-se da região próxima ao mangue, nos arredores do Centro de Educação Infantil Odorico Fortunato. O principal problema na área, conforme autoridades municipais presentes, é que os catadores de material reciclável baseados na região, não querem se unir às cooperativas legalmente constituídas no município.

Entre as principais instituições do tipo está a Assecrejo (Associação Ecológica de Recicladores e Catadores de Joinville), que tem sede em uma das esquinas da rua, a menos de um quilômetro da região que desperta queixas. A instituição foi criada há 20 anos, a partir de ações de assistência social na área do aterro sanitário de Joinville, na Zona Industrial. Também foi nessa época que entrou em operação no município a coleta seletiva.

Porém, como as cooperativas exigem maior documentação e recolhem impostos, não foram interessantes para alguns dos catadores quando foi criada. A rejeição a integrar esse modelo é vista como uma escolha dos catadores, explicou a coordenadora do Centro de Referência em Assistência Social (Cras) do Aventureiro, Iara Cristina Garcia.

A unidade foi criada em 2005 e, desde então, acompanha o incômodo entre vizinhos e catadores. Iara relatou que essa população já chegou a ser retirada da região, mas que retornou.

O proponente da reunião foi o vereador Nado (Pros), que já vem acompanhando o assunto há cerca de um ano. Como um meio de atender aos demais moradores da área, o vereador sugeriu com ênfase a realização de limpeza das ruas, algo feito no ano passado, mas que, após um breve tempo, as pilhas voltaram a se acumular.

Observando que ações assim tendem a ser paliativas, a assistente social Maria da Penha Lage Camargo, que atua diretamente com essa população, recomendou uma revisão das leis sobre o tema. Antes, ela orientava essa população no âmbito da Secretaria de Assistência Social. Com a Reforma Administrativa, que entrou em vigor mês passado, ela passou a atuar na nova Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Inovação (SDE).

O material reciclável acaba sendo disputado entre os catadores e a coleta oficial, realizada pela Ambiental. O material coletado pela empresa é encaminhado para as cooperativas. No entanto, os catadores se antecipam à coleta oficial e acabam recolhendo parcela do material, processando-os em suas próprias casas ou em locais, o que é irregular e passível de fiscalização pela Secretaria de Meio Ambiente (Sema) e eventual aplicação de multa.

Ocorre que parte desse material, às vezes por falta de espaço, acaba sendo deixado na rua. Em ações como a realizada no ano passado, esse material acabou removido.

Uma sugestão do diretor executivo da Secretaria de Infraestrutura, Marcelo Soares dos Santos, foi a conscientização da população para evitar deixar o material destinado à reciclagem durante à noite e só colocá-lo para coleta pouco antes do caminhão da Ambiental passar. No entendimento dele, todos têm parte na situação.

Todavia, a situação se replica em outras áreas urbanas remotas de Joinville.

O tema da coleta irregular do lixo reciclável já foi tratado em várias reuniões da Câmara. Apenas como exemplo, na Zona Sul, fala-se da coleta clandestina, realizada por caminhões que viriam de outras cidades para recolher esse tipo de material. Além disso, muito pouco do lixo produzido em Joinville é destinado à coleta seletiva. Em 2017, a Prefeitura estimava que 7% eram separados.

Sinalização

Para resolver a situação específica da rua Constâncio, o gerente de trânsito do Detrans, Guilherme Belegante anunciou que a região será colocada no levantamento para sinalização nos próximos 20 dias. Ele ainda assegurou que até 15 de setembro placas e pinturas serão providenciadas onde for possível. Nado considerou o tempo muito longo.

O pedido de sinalização tem como origem a reivindicação de moradores para assegurar o trânsito na região, onde materiais acabam sendo deixados, impedindo a circulação ou até bloqueando a saída de veículos.

O vereador Sales (PTB) afirmou que a sinalização nova pode facilitar a criação de uma consciência de maior cuidado de todos na região.

 

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Kevin Banruque
Editor

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