Sinal de alerta ligado para a dengue na região

Priscilla Milnitz Pereira

jornalismo@folhametropolitana.com

 

Por muito pouco, uma criança de cinco anos não ficou sem a mãe por causa da dengue. A fotógrafa Carolina Maria Costa Batschauer, de 43 anos, contraiu a forma hemorrágica da doença no final de abril, mas imaginou que tinha pego uma gripe, pois sentia muito cansaço e estava com um pouco de febre. Dois dias depois, no entanto, manchas apareceram no corpo e os exames de sangue apontavam diminuição das células de defesa.
O quadro exigiu internação e, com os exames piorando, Carolina precisou ser entubada. Foi nesse período em que desenvolveu a forma hemorrágica da dengue. A situação parecia irreversível e havia a possibilidade de ela ter sequelas importantes caso sobrevivesse. Até mesmo um exame para saber se ainda havia atividade cerebral foi realizado.

Grata pelo milagre, ela agora corre atrás da recuperação. O tratamento da dengue em si teve fim no hospital, mas o longo período de internação – ao todo foram 23 dias – e as hemorragias causaram muita fraqueza muscular e uma pneumonia que afetou os dois pulmões e a deixou com uma insuficiência respiratória séria.

“Após acordar, eu tive que reaprender a andar, a comer, a fazer tudo”, diz.. Carolina ainda fica ofegante quando faz esforço físico, uma pálpebra está mais baixa que a outra, o que gera certa dificuldade na visão em algumas situações, e a perna direita ainda não responde da mesma forma que a esquerda, causando certa instabilidade ao caminhar.

Tudo isso devido aos dois acidentes vasculares cerebrais (AVC) que sofreu no período de internação. Apesar disso, a cada dia ela evolui um pouco, o que renova as esperanças.

Doença avança pela região

Em Joinville, até o fechamento desta reportagem, 8.544 pessoas haviam contraído dengue apenas neste ano. O último levantamento apontava os bairros Costa e Silva e Iririú como os que tinham mais casos confirmados. De todos os casos, 12 infelizmente acabaram em óbito. Levantamento realizado pela Vigilância Ambiental de Joinville, aponta que 45% dos focos do mosquito ficam localizados em residências.

“As pessoas não têm noção de que, se não for ela ou a família dela atingida, pode ser um desconhecido. Essa negligência pode levar alguém à morte ou a trazer grandes limitações por conta das sequelas de um quadro hemorrágico. Realmente, é bem revoltante”, desabafa Carolina.

Na cidade de Araquari, a dengue também merece atenção. Desde o início do ano, foram notificados 282 casos (até o fechamento desta reportagem). Destes, 40 casos deram positivo e 24 foram definidos como autóctones, após investigação, isto é, a contaminação ocorreu dentro da cidade. “Estamos vivendo uma epidemia de dengue que vem aumentando ano após ano. O território de Araquari é muito dinâmico, com imensos vazios urbanos e bairros distantes entre si. Isso favorece diferentes cenários e ações especiais para cada área”, afirma Lucas Brojan, da Vigilância em Saúde do município.

Em São Francisco do Sul, de acordo com o último levantamento, havia 226 focos identificados e 39 casos registrados (até o fechamento desta reportagem). Não havia óbitos registrados, mas a situação merece atenção. A prefeitura, por exemplo, criou o Comitê Municipal de Sala de Situação Multisetorial para enfrentamento da Dengue, Zika e Chikungunya para enfrentar a infestação.

Kevin Banruque
Editor

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